terça-feira, 21 de abril de 2009

Música na pele

A professora de Língua Brasileira de Sinais (Libras) Regiane Pinheiro Agrella, 36 anos, mãe de dois filhos, é uma prova de que a dança independe da pessoa ter uma deficiência; o essencial é a determinação. Surda de nascença, Regiane surpreende a todos com sua habilidade no salão. Certa vez, num clube da cidade, foi “tirada” para dançar por um rapaz, que não sabia da deficiência auditiva. Após o termino da música ele ficou admirado com a notícia e o fato dela ter acertado todos os passos.

Ela começou dançando jazz, aos 10 anos, na escola para surdos e há um ano decidiu aprender dança de salão. Não ouvir a música não foi problema para Regiane. Isso porque, ela sente a vibração da música na pele e o parceiro dá as instruções do ritmo correto pela condução nas costas. “Apesar de eu não ouvir nada, meu corpo sente, inclusive as diferenças de ritmo”, comenta. “O forró por exemplo é mais forte. Mas o meu som preferido é a valsa, que é mais calma e dá uma sensação de prazer.”

Regiane não teve dificuldade nenhuma para aprender a dançar. Até porque ela não é nada tímida. Presta atenção nas aulas, olha tudo, e se não entende pede para explicar novamente. Acha que dançar não é apenas uma arte, mas também uma terapia emocional. “Gosto de conhecer pessoas e da vibração que sinto quando estou dançando”, explica.

Por experiência própria ela afirma que todos são capazes de dançar, mesmo portando alguma deficiência física ou sensorial. “Tente e quebre as barreiras do medo”, diz. “Experimente a dança de salão.”

Fonte: Tribuna da Revista

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