terça-feira, 28 de abril de 2009

LIVRO ABC EM LIBRAS

"ABC em Libras" apresenta uma proposta inédita para promover a inclusão na sala de aula: alfabetizar, ao mesmo tempo, surdos e ouvintes na Língua Brasileira de Sinais (Libras) e na Língua Portuguesa.

Em cada página, um objeto é apresentado no alfabeto romano e no dactilológico, e também no sinal em Libras, com a devida explicação dos movimentos gestuais e faciais. Da experiência do trabalho com alunos portadores de deficiência auditiva e da capacitação de professores bilíngues (Libras-Português), as autoras mostram um caminho para a acessibilidade à educação.


Sobre os autores:


Benedicta A. Costa dos Reis - Mestre em Língua Portuguesa pela Universidade de São Paulo. Professora atuante no ensino médio e universitário da rede particular de ensino. Autora e coautora de livros didáticos, paradidáticos e de pesquisa. Presta assessoria para empresas e ministra cursos de capacitação em Língua Portuguesa para os vários campos profissionais. Trabalha em prol da capacitação de surdos para sua efetiva inclusão no mercado de trabalho e, também, na vida.


Sueli Ramalho Segala - Especialista em Língua Brasileira de Sinais (Libras), surda, graduada em Letras (Português-Espanhol) pela Uni Sant’Anna e concluindo Letras-Libras pela Universidade Federal de Santa Catarina (polo USP). Coautora da revista "Línguade Sinais: a imagem do pensamento" e colaboradora do "Dicionário de Língua de Sinais da USP", pela Fapesp. Professora atuante nos cursos universitários de licenciatura e saúde em Libras e coordenadora da equipe de intérpretes do projeto Inclusão-Libras.


Fonte: Rede Saci


sábado, 25 de abril de 2009

Rebeca Nemer

Aos 13 anos de idade Rebeca, que é natural de Marília, conheceu um grupo de surdos que visitava a igreja da qual fazia parte, e foi este seu primeiro contato com o que, em pouco tempo, se tornaria uma de suas grandes paixões. Ela se tornou uma grande defensora da causa e dos direitos dos surdos em sua cidade.

Sendo assim desenvolveu diversas atividades sociais para os surdos, lançando campanhas de emprego, assistência médica, odontologia, jurídica, prestando a esses seus amigos assistência diversificada, não com o intuito de salvá-los da sociedade, muitas vezes preconceituosa e cruel, mas de integrá-los a ela para que a mesma pudesse conhecer o potencial, a garra e a força que os surdos possuem, qualidades que poderiam ser bem aproveitadas promovendo um bem mútuo.

Em março de 2002, Rebeca Nemer e um grupo de parentes, amigos, pais de crianças e adolescentes surdos constituíram e fundaram a Associação Rebeca Nemer, que é uma Entidade Civil, Cristã, Assistencial, Solidária, Cultural, Educacional, Desportiva, pró Crianças e Adolescentes surdos e sem fins lucrativos. Este foi um dos principais resultados de um real envolvimento com esta causa, que – além de ideias – contou com mãos para colocá-las em prática.


Fonte: Biografia Rebeca Nemer

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Rapunzel Surda


RAPUNZEL SURDA
Autores: CAROLINA HESSEL SILVEIRA
FABIANO ROSA
LODENIR BECKER KARNOPP

Ano de publicação: 2003
Páginas: 36
Editora: ULBRA

No mundo silencioso da fantasia

A fantasia é fundamental para a criança entender a realidade que a cerca. Para quem não ouve nem fala, o faz-de-conta representa muito mais: a integração no mundo das brincadeiras das crianças comuns, sem deficiência. A pedagoga Daniele Nunes Henrique Silva pesquisou o assunto, publicado no livro Como Brincam as Crianças Surdas, da Editora Plexus. Em seu trabalho, ela ressalta a importância de se conhecer a língua dos sinais para entrar na fantasia com os amiguinhos e se igualar a eles no desenvolvimento intelectual.


O que a levou a pesquisar as brincadeiras das crianças surdas?
No curso de graduação, na Unicamp, comecei a estudar as brincadeiras de faz-de-conta de crianças em orfanato, interessada em saber que papéis elas gostavam de interpretar. Minha professora na época estudava as crianças surdas, percebendo que elas brincavam muito com situações que as faziam sair da condição de surdas, como atender telefone e ouvir rádio. Fiquei interessadíssima e resolvi fazer minha tese de mestrado aprofundando esse tema, com base nas seguintes questões: Como a criança surda utiliza a língua dos sinais nas brincadeiras? Como encena os papéis sociais? Que relação tem essa escolha com a linguagem?


O que você descobriu?
A pressão do mundo ouvinte é grande sobre a criança surda e ela quer entendê-lo. Uma das formas de fazer isso é brincando, e quando conhece a língua brasileira dos sinais, esse universo da brincadeira fica mais amplo. Ela pode explicar para o amigo o que está representando na brincadeira ou do que pretende brincar. Pode pegar uma cobra de pano, por exemplo, e indicar para a outra criança que aquilo virou uma moto. Esse ato de brincar com as idéias é essencial no desenvolvimento infantil. Para a criança surda que não domina a linguagem dos sinais, a brincadeira fica difícil porque ela não consegue passar sua idéia para o outro. Como ela diz para o parceiro que estão brincando de dirigir?


A brincadeira dessa criança precisa ser adaptada?
Não, a criança com surdez brinca da mesma forma que as outras. A diferença está na maneira de se comunicar. Por meio da palavra, ambas entram no mundo do faz-de-conta. No caso da criança surda, os sinais são a palavra. Quanto mais cedo ela aprender essa linguagem, melhor para seu desenvolvimento. Porque ela terá maior condição de representar o mundo e de se expressar sobre ele. Essa é a base de todo raciocínio da criança e o fundamento de todo pensamento simbólico, abstrato e representativo.


O que chamou mais a atenção nas brincadeiras dessas crianças?
A criança surda organiza a brincadeira de um jeito diferente, porque utiliza as mãos para tudo, fazer sinais, gestos e compor expressões corporais. E tem de representar com muita rapidez para o colega entender, entrar no enredo e não desistir da brincadeira. Se ela não sabe a língua dos sinais, a brincadeira não se desenvolve tanto quanto no faz-de-conta da criança ouvinte, que recheia sua fantasia com muitos diálogos e representações. Outro aspecto é que o faz-de-conta começa quando a criança aprende a falar. Por volta dos 2 anos todas têm essa capacidade. No caso da criança com surdez, é quando ela começa a se expressar por sinais. Daí a importância de os pais detectarem o problema cedo e usarem a linguagem dos sinais com o filho o quanto antes. A criança que ouve participa do mundo muito antes de falar. A mesma coisa precisa ocorrer com o deficiente auditivo. Ele precisa estar inserido no universo da sua língua muito antes de começar a falar.


Que dicas você poderia dar de como brincar com a criança surda?
É ela que nos ensina a brincar. Muitos me perguntam se tem um brinquedo específico para surdos. Os brinquedos são iguais para todo mundo. Não se pode discriminar brinquedos, a sociedade já está por demais discriminada. Se for pensar assim, daqui a pouco vai ter brinquedo para branco, negro, índio, chinês. Não é preciso ensinar uma criança a brincar. No caso do deficiente auditivo, é só dar a ele ferramentas para se comunicar, para que ele faça fluir sua imaginação.


Dá para ensinar a língua dos sinais na brincadeira?
Esse aprendizado deve funcionar igual ao da fala para a criança ouvinte. Não a ensinamos a falar. No cotidiano, com a convivência com os pais, suas atividades são marcadas pela fala. Deve ser assim com a criança surda. O neurologista Oliver Sacks escreveu sobre isso num livro, descrevendo um lugar nos Estados Unidos, a ilha de Martha's Vineyard, no estado de Massachusetts, onde a maioria dos habitantes é surda. Ele diz que quando se chega lá você é o diferente, porque é o ouvinte e todos se comunicam por sinais. E o desenvolvimento das pessoas é igual ao de qualquer ouvinte. É isso que os pais de crianças surdas têm de entender, o quanto é importante aprenderem a língua dos sinais, como se fossem surdos também, para transmiti-la ao filho.



Como Brincam as Crianças Surdas
Daniele Nunes Henrique Silva



Fonte: Revista Crescer

quinta-feira, 23 de abril de 2009

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Plano OI

A FENEIS-SP oferece para a Comunidade Surda a grande oportunidade de aderir aos Planos OI especialmente desenvolvidos para os Deficientes Auditivos e da Fala.

Pela primeira vez uma operadora de celular reconhece que o Deficiente Auditivo somente usa SMS e prepara uma oferta especial com SMS, sem planos de voz que o Surdo não utiliza.



Fonte: Portal do Surdo

terça-feira, 21 de abril de 2009

Sentidos

Música na pele

A professora de Língua Brasileira de Sinais (Libras) Regiane Pinheiro Agrella, 36 anos, mãe de dois filhos, é uma prova de que a dança independe da pessoa ter uma deficiência; o essencial é a determinação. Surda de nascença, Regiane surpreende a todos com sua habilidade no salão. Certa vez, num clube da cidade, foi “tirada” para dançar por um rapaz, que não sabia da deficiência auditiva. Após o termino da música ele ficou admirado com a notícia e o fato dela ter acertado todos os passos.

Ela começou dançando jazz, aos 10 anos, na escola para surdos e há um ano decidiu aprender dança de salão. Não ouvir a música não foi problema para Regiane. Isso porque, ela sente a vibração da música na pele e o parceiro dá as instruções do ritmo correto pela condução nas costas. “Apesar de eu não ouvir nada, meu corpo sente, inclusive as diferenças de ritmo”, comenta. “O forró por exemplo é mais forte. Mas o meu som preferido é a valsa, que é mais calma e dá uma sensação de prazer.”

Regiane não teve dificuldade nenhuma para aprender a dançar. Até porque ela não é nada tímida. Presta atenção nas aulas, olha tudo, e se não entende pede para explicar novamente. Acha que dançar não é apenas uma arte, mas também uma terapia emocional. “Gosto de conhecer pessoas e da vibração que sinto quando estou dançando”, explica.

Por experiência própria ela afirma que todos são capazes de dançar, mesmo portando alguma deficiência física ou sensorial. “Tente e quebre as barreiras do medo”, diz. “Experimente a dança de salão.”

Fonte: Tribuna da Revista

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Humberto da Turma da Mônica

A história da Turma da Mônica, de Maurício de Souza, inserida na revistinha “Mônica”, nº239, maio de 2006, com o personagem Humberto. Este personagem foi criado no ano de 1981 da Turma da Mônica. Na maioria das histórias, se mostra que ele não fala, parece mudo, sempre fala assim: “hum, hum”. O site oficial de Maurício de Sousa informa que Humberto, amiguinho da criançada da Turma da Mônica, não fala. Só murmura “hum-hum”... uns acham que ele é mudo. Outros, que economiza a voz. Mas enquanto isso, vai aprontando alguma confusão. Jamais conseguiu ganhar duas coisas quando perguntado. Só fica com uma. Não fica claro, pela historinha, qual é a situação real do Humberto. A historinha mostra que outros personagens se comunicam com ele pelo oralismo, sem mostrar que ele lê lábios: parece que ele ouve e não fala.

Na historinha de maio de 2006, ele usa Língua de Sinais para comunicação e as outras crianças da turma procuram aprender para se comunicar com ele, principalmente entender seus sinais. O gibi mostra a valorização de Língua de Sinais, como uma forma de comunicação de surdos; assim, as crianças brasileiras, ao lerem o gibi, já começam a aprender o básico de comunicação com os surdos e se familiarizar com sua cultura.

Também se mostra outro tipo de balão de comunicação entre personagens e o Humberto. É uma criação interessante, ao lado de tantos outros balões das convenções de Histórias em Quadrinhos, como os balões de fala, de pensamento, de sonho, que já existem normalmente.

Fonte: Representações de surdos



Ca

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Cultura Surda

As lutas dos surdos pelo direito de se representarem não como deficientes, mas como sujeitos com uma cultura própria, tendo Libras como primeira língua, são recentes no Brasil e têm como resultado, por exemplo, a lei federal 10.436/2002 que reconheceu o uso da Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS. Sua história é marcada por lutas contra a discriminação e entre diferentes modelos de educação; nela, predominantemente, a surdez é vista em termos clínicos, focalizando-se a perda auditiva, o desenvolvimento da oralidade, a articulação das palavras, etc. Essa luta também se relaciona a formas de nomeação: assim, os surdos querem ser chamados de “surdos”, e não surdos-mudos, que os mostra como sujeitos sem comunicação ou deficientes auditivos, um termo pejorativo, da área clínica. Também a língua de nome LIBRAS é confundida com “gestos”, “linguagem”, “mímica”. Neste trabalho, focaliza-se a mídia escrita, importante para as representações que os sujeitos fazem sobre os surdos. Foram analisadas 29 matérias e anúncios de jornais e revistas brasileiras variadas, desde 2004 até 2006, com notícias ou informações sobre surdos. Investigaram-se as formas de nomear os surdos – deficiente auditivo, surdo-mudo, surdo -, o tipo de referências à Língua de Sinais – língua de sinais, linguagem, gestos, LIBRAS - e também os assuntos em que os surdos eram mencionados: educação, lutas políticas, conquistas pessoais, aspectos clínicos da surdez, legendagem, religião, esporte, tecnologia, etc. Os resultados das análises mostram que ainda há muita luta para que os surdos sejam reconhecidos em sua cultura específica, como sujeitos integrais e não como “excepcionais”.

Fonte:
Representações de surdos/as em matérias de jornais e revistas brasileiras

sábado, 11 de abril de 2009