segunda-feira, 30 de maio de 2011

Escolas Bilingues para Surdos

Bilinguismo desde a infância?

Para a maioria das crianças, a língua oficial do país onde vivem é, simultaneamente, língua materna e língua de escolarização – não o é, no entanto, para os Surdos. Para essa população, a língua de aquisição espontânea e natural terá de ser uma língua gestual. Há que lembrar, contudo, que a língua de escolarização, em que se aprende a ler, e se estuda, é uma língua oral (no nosso caso, a Língua Portuguesa), o que faz com que a escola precise de ensinar estas crianças a ler e a escrever, isto é, a conhecer o Português escrito. O uso de uma língua gestual e de uma língua oral torna imperioso que na educação da criança se tenha sempre presente o desenvolvimento de competências que lhe permitam funcionar, eficaz, cómoda e adequadamente nas duas línguas e nas duas comunidades.

A linguagem escrita é uma modalidade linguística de cariz secundário, no entanto, a impossibilidade de ler e escrever numa língua (sem o conhecimento da estrutura gramatical e do vocabulário da língua) é um problema real ao ensino das crianças surdas. Ao contrário do que acontece com as crianças ouvintes, a aprendizagem da leitura e da escrita, por parte dos Surdos, não pode partir da mobilização do conhecimento da língua oral; antes, é através da aprendizagem do vocabulário escrito e pelo ensino explícito da estrutura gramatical da língua oral que a criança surda, quando desconhecedora da língua oral, tem acesso ao conhecimento dessa língua, e assim extrai significado do material escrito – estamos assim diante da aprendizagem de uma segunda língua e não de um uso secundário de uma língua oral.

O grande objectivo do ensino da linguagem escrita é tornar o aluno autónomo na procura e uso de informação, que lhe permita a integração dessa informação na sua vida escolar e social.

É ainda imprescindível a aquisição da língua gestual nos primeiros anos de vida da criança, sob pena das seguintes consequências:

  1. o Surdo perderá a oportunidade de usar a linguagem;
  2. não irá recorrer ao planeamento para a solução de problemas;
  3. não adquirirá independência da situação visual concreta;
  4. não controlará seu próprio comportamento e o ambiente;
  5. não terá vida social adequada.

Fonte: Wikipédia

Escolas Bilingues

terça-feira, 26 de abril de 2011

Associação Educacional

Associação Educacional Helen Keller

Surge no município de Caxias do Sul através de um movimento de pais de crianças surdas que buscavam inserir seus filhos em um atendimento especializado que atendesse as necessidades dos mesmos.

A partir de 22 de agosto de 1960, liderados por Daniel Batastini Filho, Aldo Fedrizzi, Amélia Casara, Aldo Giacomelli, Liria Graziotin, Ercelino Laidens e Honorina Montemezzo, iniciou-se o trabalho que buscava contemplar questões pedagógicas.

Esse movimento liderado pelas famílias vai solidificando-se e surge a necessidade de atendimento terapêutico com a finalidade de habilitar e reabilitar pessoas com deficiência nas questões de audiocomunicação (dificuldade de fala, linguagem e surdez).

Nesta trajetória, o movimento consolida-se juridicamente através de estatuto, na data de 05 de setembro de 1967.

A Associação Educacional Helen Keller é uma organização não-governamental beneficente de assistência social, que desenvolve serviços de Proteção Social Especial de Média Complexidade, bem como atividades complementares (projetos de diversos tipos de arte e esportes), mantida através de convênios a níveis Federal, Estadual, Municipal e Doação.

A instituição administrada desde o ano de 1994 pelo Rotary Club Caxias do Sul conta com uma estrutura interna composta por equipe administrativa (Diretora Administrativa e Assistentes Administrativos) e técnica (Serviços de Fonoaudiologia, Psicologia, Psicopedagogia e Serviço Social), que atuam na acolhida, avaliação, diagnóstico, acesso aos atendimentos de 295 usuários, bem como, encaminhamentos a estrutura externa no que se refere a rede socioassistencial do município.

O trabalho da instituição vislumbra a participação social efetiva dos usuários e de suas famílias nos diferentes segmentos sociais, propiciando o desenvolvimento da comunicação e linguagem.

Missão

Viabilizar a participação social e o desenvolvimento da autonomia, através da proteção, promoção, prevenção, habilitação e reabilitação das pessoas com deficiência nas questões de audiocomunicação.

Público-Alvo

  • Pessoas com Deficiências nas questões de audiocomunicação;
  • Crianças, adolescentes e adultos.


Fonte: Recria

Cultura Surda

Gente do Bem - Corposinalizante!

Grupo de jovens artistas e educadores, surdos e ouvintes. Formado em São Paulo em 2008, o grupo surgiu como desdobramento do “Aprender para Ensinar” (curso de formação em arte para educadores surdos, realizado no MAM-SP desde 2002). Considerando a dimensão pública da arte, atuamos em rede com diversos dispositivos culturais e buscamos a promoção de políticas públicas em prol da Comunidade Surda.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Curso de inglês para Surdos


EFBD - English for Brazilians Deaf

Esta é uma das inovações do Centro Educacional Cultura Surda, um curso de Inglês para surdos.

Objetivo
Tornar o Surdo usuário da Libras capaz de desenvolver e interpretar textos em Inglês ( nível intermediário ).
Publico Alvo
Surdos Brasileiros de nível Universitário ou do Ensino Médio, ou qualquer surdo que estiver interessado em conhecer uma terceira língua desde que conheça LIBRAS. Dinamismo e Interação são os meios mais eficientes no ensino de qualidade á surdos. Atividades em sala de aula entre professor e aluno (aulas 100% em LIBRAS), garantem de forma natural , espontânea e progressiva a segurança deste na escrita do inglês.

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segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Sim... Surdos podem ter Carteira de Habilitação

Inflamações no ouvido

As inflamações e infecções do ouvido, as chamadas otites externas – um tipo de infecção que atinge o canal externo do órgão auditivo – são mais comuns no verão, segundo especialistas da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial. De acordo com o otorrinolaringologista Sady Selaimen da Costa, isso ocorre por causa da maior umidade do ar, do calor e dos hábitos da população nessa estação – incluindo os banhos de piscina e de mar.

O especialista explica que, por ser quente, úmida e escura, a região do ouvido pode facilmente inflamar-se ou infectar-se com fungos e bactérias, principalmente no verão. E a otite externa afeta não só adultos, mas também crianças, e deve ser diferenciada da otite média aguda, que tem uma incidência muito maior nos meses de inverno e em crianças até os seis anos de idade.

De acordo com o otorrinolaringologista, quando o ambiente está úmido e quente, o contato constante com a água, muitas vezes imprópria para o banho, pode modificar o revestimento do canal auditivo externo, o que ocasiona descamação e coceira. “Como reação imediata, muitas pessoas costumam coçar o ouvido, e utilizam os mais variados objetos como cotonetes, tampas de caneta, agulhas de tricô, etc., o que pode causar sérios traumas no revestimento interno do ouvido. Estas microrrupturas na pele servem como legítimas portas de entrada a microrganismos “, alerta.

Sady Selaimen diz também ser contra o uso de tampões no ouvido, muito utilizado por nadadores. “A falta de circulação de ar pode provocar infecção, Esses tampões são ferramentas muito úteis na prevenção de certas doenças do ouvido, mas devem ter indicações específicas”, orienta.

Segundo o especialista, é preciso tomar muito cuidado com alguns tratamentos ou métodos caseiros, como utilizar álcool ou vinagre na região infectada. Para as pessoas que adotam estas medidas, ele faz um alerta: “Nunca pingue nada no ouvido sem orientação médica”. Segundo o médico, esses tratamentos causam desidratação da pele, predispondo a infecção.

Para prevenir a otite externa recorrente, é preciso, em alguns casos, o uso de medicação, além de cuidados locais realizados em um consultório. É recomendável também não nadar em águas poluídas, principalmente em praias. Sempre que tiver dor de ouvido, é recomendado consultar um otorrinolaringologista, pois existem outras doenças que podem estar associadas à otite externa.

Zumbido... Acufeno, tinnitus, tinido.

O que é?

É um som percebido pelo individuo sem uma fonte externa que o produza. Essa percepção esta relacionada com o aumento dos impulsos elétricos que a via auditiva envia ao córtex cerebral, geralmente como conseqüência de uma perda auditiva.

Como é?

O barulho (zumbido) pode ser referido como um chiado, apito, barulho de chuveiro, de cachoeira, de concha, de cigarra, do escape da panela de pressão, de campainha, do esvoaçar de um inseto, de pulsação do coração, etc. Pode ser de forma contínua ou intermitente, mono ou politonal.

O zumbido causa sofrimento?

Cerca de 17% da população mundial apresenta zumbido. A maioria relata o zumbido apenas como um incomodo, outros dizem que certas funções como o sono e a concentração estão prejudicadas. Em sua forma severa, que corresponde a cerca de 20% dos casos o zumbido causa sofrimento. É a queixa principal e frequentemente dramática na consulta médica. Em geral são pessoas acometidas também por outros transtornos, principalmente os de natureza psiquiátrica. O grau de desconforto, intolerância ou incapacidade quase sempre não estão relacionados com o grau de intensidade do zumbido. Os transtornos de humor (depressão, distimia) e ansiedade, frequentemente presentes, exercem fortes influências no agravamento do sintoma zumbido.

Zumbido tem causa?

Muitas causas de zumbido são conhecidas sendo que algumas são fáceis de identificar e tratar:

a) Otológicas: cera no conduto auditivo , otites, exposição a ruído, presbiacusia, labirintopatias.

b) Metabólicas : diabete, alterações nas taxas de trígliceridios e hormônios tireoideanos.

c) Cardiovasculares: anemia, hipertensão arterial, insuficiência cardíaca.

d) Neurológicas: doenças neurológicas (esclerose múltipla), traumatismo de crânio, sequelas de infecções neurológicas (meningite).

e) Farmacológicas: o American Physician’s Desk Reference lista mais de 70 medicamentos que podem ocasionar zumbido, entre eles: ácido acetilsalisílico (aspirina), anti-inflamatórios, certos antibióticos e alguns antidepressivos.

f) Odontológicas : disfunção da articulação temporomandibular (ATM) e do aparelho mastigador.

g) Vícios e maus hábitos alimentares: excesso de cafeína, álcool e fumo, sal, açúcar branco e gorduras.

h) Psicológicas: ansiedade, distimia e depressão podem estar envolvidas com zumbido. Muitas vezes é difícil diferenciar o que é causa ou consequência.

i) Zumbidos gerados por estruturas próximas ao sistema auditivo:são causadas por alterações nos vasos arteriais ou venosos, nos músculos ou na tuba auditiva. São divididos em vasculares (pulsáteis) e musculares (clipes). As principais causas são os tumores vasculares, as malformações vasculares, as contrações rápidas (involuntárias, rítmicas) de um ou vários grupos musculares.

Como o médico faz o exame?

A historia do paciente é o primeiro e o mais importante passo no diagnóstico. O tipo de zumbido, a maneira como é relatado, o desconforto que produz podem ser informações úteis na avaliação, sugerindo as prováveis causas. Após o exame físico, o médico solicita exames complementares: audiológicos, laboratoriais, eletrofisiológicos e de imagem, de acordo com cada caso.

As informações obtidas da história e dos exames poderão determinar o diagnóstico etiológico (causa). Sabendo a causa aumenta a possibilidade de obter melhores resultados, pois vai ser possível tratar de modo específico a doença da qual o zumbido é apenas um sintoma. É claro que isso nem sempre é possível, mas com certeza as chances serão bem melhores do que ficar pensando “zumbido é tudo igual... é muito difícil..., não tem cura... não há nada que se possa fazer...”.

Como se trata?

Alguns casos de zumbido têm cura, enquanto outros casos são controláveis. Há o estigma de que o “zumbido não tem cura”. A maioria dos pacientes e profissionais acabam desanimando, sem que a possibilidade de cura seja avaliada. Tentar tratar, mesmo na incerteza, nunca é errado.

Se a causa do zumbido for determinada e tratável, a solução é mais simples. Porém se não é possível atuar na origem do problema, existem outros caminhos para amenizar o ruído.

Tranquilizar o paciente: Dizer que o zumbido não é uma ameaça para a saúde. Assegurar que dificilmente vai piorar, pelo contrario, a tendência é melhorar. Incentivar a prática de medidas que promovem qualidade de vida: alimentação regrada, atividade física regular e equilíbrio psíquico. Palavras esclarecedoras e confortantes visam o desaparecimento da reação ao zumbido e a perda de sentimentos negativos associados.
Correções de vícios e hábitos alimentares: não fumar, ingerir cafeína e álcool moderadamente, evitar sal em excesso, doces e gorduras.
Medicamentos: vasodilatadores diretos, reguladores de fluxo sanguíneo, anticonvulsivantes, ansioliticos, antidepressivos.
Terapia de habituação: é uma terapia comportamental um retreinamento das vias auditivas (Tinnitus Retraining Therapy – TRT). Visa o desaparecimento da reação ao zumbido e a perda de sentimentos negativos associados. Consiste de dois princípios básicos:

1. Esclarecimentos e orientações: através de conversas, palestras, reuniões, trocas de experiência.

2. Terapia sonora (ou acústica): o principio básico é “EVITE O SILÊNCIO”. A finalidade é proporcionar um enriquecimento sonoro que pode ser feito através de quatro meios diferentes:

a) Uso de sons ambientais: é a maneira mais acessível e deve, de preferência, usar sons neutros, baixos e contínuos. Ex: Cds com som da natureza, músicas suaves, etc.

b) Geradores de som: esteticamente semelhantes aos aparelhos auditivos. A intensidade do som que eles emitem diretamente no canal do ouvido, deve ser regulado em intensidade menor do que a do zumbido, evitando-se mascará-lo, para seguir os preceitos determinados pela TRT. É um tratamento longo (12 a 18 meses) e requer o uso de um gerador em cada ouvido.

c) Aparelhos de amplificação sonora individual: frequentemente pacientes com zumbido apresentam também perda auditiva. Nestes casos, um aparelho auditivo pode ser utilizado para melhorar a audição e fazer o enriquecimento sonoro pela entrada de novos sons que antes não eram tão percebidos.

d) Gerador de som acoplado ao aparelho auditivo: são sistemas combinados que podem ser usados nos casos de perdas auditivas significativas e zumbido. São casos em que o acompanhamento de aparelhos facilita o processo de habituação.

A TRT é um tratamento longo (12 a 18 meses) que objetiva a diminuição da percepção do zumbido através do desaparecimento de reação ao incômodo e a perda de sentimentos negativos associados.

Estimulação magnética transcrâniana:consiste na aplicação diária de estímulos magnéticos repetitivos de baixas freqüências na região temporal do cérebro durante uns 10 dias.
Acupuntura, hipnose: podem ser opções interessantes para alguns pacientes.
Estimulação elétrica da via auditiva: os estímulos são usados diretamente sobre as estruturas neurosensoriais da cóclea.

Como o Zumbido evolui?

É importante para o paciente saber como o zumbido evolui com o passar do tempo. Respondendo a questionários, a maioria afirmou que passaram a tolerar melhor o barulho. Aqueles que foram submetidos a terapia de habituação (TRT) com tratamento psicológico concomitante foram os que obtiveram melhores resultados.


Fonte: ABC da Saúde

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Surdez Hereditária


Genética e Quadro Clinico

A surdez pode ser causada por fatores ambientais ou hereditários. No Brasil, estima-se que em cada 1000 crianças nascidas, 4 apresentam perda auditiva.
A surdez hereditária pode ser classificada como sindrômica quando o indivíduo apresenta, além da perda auditiva, outros sinais ou sintomas. É não-sindrômica, quando o indivíduo afetado apresenta apenas surdez, sem outros problemas ou defeitos. As perdas auditivas hereditárias, sindrômicas ou não sindrômicas, pode ter mecanismo de herança autosssômico recessivo, autossômico dominante, ligado ao cromossomo X ou mitocondrial.
Dos casos de surdez hereditária não sindrômica, 80% apresentam herança autossômica recessiva. Desses, cerca de metade apresentam mutação no gene GJB2, que codifica a proteína Conexina 26. Nesse gene, a mais freqüente mutação é chamada de 35delG.Dada a sua alta freqüência na população, a mutação 35delG é a primeira que deve ser investigada em casos de surdez sem causa aparente. Outro gene importante que abriga mutações que levam à perda auditiva de herança recessiva é o gene GJB6, que codifica a proteína Conexina 30.
A surdez de herança autossômica dominante é responsável por cerca de 10 a 20% dos casos de surdez hereditária e, até o momento, vários genes e mutações diferentes foram identificados, todas ocorrendo com freqüências semelhantes. Logo, ainda não existem testes genéticos que permitam um rápido rastreamento de qual gene está alterado.
A surdez de herança ligada ao cromossomo X responde por 2 a 3% de todos os casos hereditários. Alguns genes no cromossomo X já foram identificados como sendo causadores de surdez.
Mutações em genes do DNA mitocondrial já foram identificadas como sendo causadoras de surdez. Acreditava-se que a herança mitocondrial contribuísse com no máximo 1% dos casos de surdez hereditária. Nos últimos anos, no entanto, têm sido detectados muitos casos, o que indica que essa freqüência pode ser maior. O estudo do DNA mitocondrial de diversos indivíduos com surdez causada pelo uso de aminoglicosídeos revelou a mutação A1555G, no gene 12SrRNA (MT-RNR1), que parece ser a mutação mitocondrial mais freqüente que leva à perda auditiva. A identificação dessa mutação em um indivíduo surdo indica que outros indivíduos da mesma família podem estar em risco de perder a audição em virtude do uso de aminoglicosídeos.